Mostrando postagens com marcador estrutural. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador estrutural. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 14 de junho de 2011

István Mészáros propõe a erradicação do capitalismo.


Por Agildo Nogueira Júnior.
Portal Vermelho - 13 de junho de 2011. 

"O pensador marxista e filósofo húngaro, István Mészáros esteve em Campinas/SP para participar do seminário "A crise estrutural do capital e os desafios atuais da luta de classes". O pensador húngaro foi saudado por um salão lotado, com a plateia cantando em pé a primeira parte da Internacional Socialista. Ele iniciou sua palestra lembrando a primeira vez que esteve no Brasil, em 1983. À época, chamou sua atenção um movimento de luta contra a fome realizado pela população do estado do Rio Grande do Norte. Para Mészáros, foi mais uma prova de que no auge do desenvolvimento das forças produtivas o capital não se preocupa sequer em prover de alimentos à população de várias nações, inclusive a brasileira. Assim, o marxista relembra o título de uma de suas obras ao afirmar que não é possível fazer pequenos ajustes no sistema, é preciso ir além do capital. Para isso, ele propõe que o capital seja erradicado do controle das nossas vidas. Porque é um modo de controle social e não apenas um modo de produção."  [leia mais]

domingo, 8 de maio de 2011

"Há uma guerra civil rastejante na sociedade capitalista"

A crise do capitalismo alimenta o crescimento, na Europa, de um populismo inquietante e autoritário que tem em Sílvio Berlusconi o maior intérprete. Mas abre também espaço inédito para uma política que tenda à sua superação, defende o filósofo esloveno Slavoj Zizek em entrevista a Benedetto Vecchi, do Il Manifesto. "Há uma guerra civil rastejante na sociedade capitalista. A inquietação ambiental atingiu os níveis de vigilância. A democracia é reduzida a um simulacro. Ainda assim, nem tudo está perdido", diz Zizek.

Escrita em estilo sóbrio, a obra analisa o mundo depois da crise econômica e a tendência de muitos governos de intervir, por meio de financiamento das dívidas dos bancos e das grandes instituições financeiras, para evitar aquilo que apenas há poucos anos parecia a trama de um filme de ficção sobre o colapso do capitalismo. 
Mas o autor procura distanciar-se das posições teóricas de muitos estudiosos marxistas, que sempre viram o neoliberalismo como um parêntese que, eventualmente, seria substituído por uma realidade social e política mais consentânea com as leis económicas, dando pouco espaço para os rentistas que enriqueceram com as loucuras especulativas das últimas décadas.

Para Zizek, ao contrário, o neoliberalismo tem sido uma adequada contra-revolução que cancelou a constituição material e formal surgida após a II Guerra Mundial, quando o capitalismo era sinonimo de democracia representativa. No início do terceiro milênio, a contra-revolução terminou, abrindo espaço para uma política radical que Zizek, em sintonia com o filósofo francês Alain Badiou, chama enfaticamente de “hipótese comunista”.

O filósofo esloveno não fecha, porém, os olhos para o fato de que os sinais provenientes de toda a Europa apontam para a ascensão de uma direita populista que conquista consensos onde os partidos social-democratas eram tradicionalmente fortes – como na Holanda, Noruega, Suécia. E também era irônico que com os democratas e norte-americanos radicais, que “nos Estados Unidos, depois de haver saudado a eleição de Obama para a Casa Branca como um evento divino, agora se deleitassem em discutir se é politicamente mais incisivo 'Avatar', de James Cameron, ou 'Estado de Guerra', de Kathryn Bigelow”. Eis a entrevista:

Num artigo, você lançou farpas contra “Avatar”, definindo-o como um filme apolítico. No entanto, no filme de Cameron, há fortes referências tanto à guerra do Iraque quanto à destruição da floresta amazônica: em ambos os casos, os vilões são as multinacionais…