sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O IMPÉRIO DO CONSUMO

Eduardo Galeano*

A explosão do consumo no mundo atual faz mais barulho do que todas as guerras e mais algazarra do que todos os carnavais. Como diz um velho provérbio turco, aquele que bebe a conta, fica bêbado em dobro. A gandaia aturde e anuvia o olhar; esta grande bebedeira universal parece não ter limites no tempo nem no espaço.


Mas a cultura de consumo faz muito barulho, assim como o tambor, porque está vazia; e na hora da verdade, quando o estrondo cessa e acaba a festa, o bêbado acorda, sozinho, acompanhado pela sua sombra e pelos pratos quebrados que deve pagar. A expansão da demanda se choca com as fronteiras impostas pelo mesmo sistema que a gera. O sistema precisa de mercados cada vez mais abertos e mais amplos tanto quanto os pulmões precisam de ar e, ao mesmo tempo, requer que estejam no chão, como estão, os preços das matérias primas e da força de trabalho humana. O sistema fala em nome de todos, dirige a todos suas imperiosas ordens de consumo, entre todos espalha a febre compradora; mas não tem jeito: para quase todo o mundo esta aventura começa e termina na telinha da TV. A maioria, que contrai dívidas para ter coisas, termina tendo apenas dívidas para pagar suas dívidas que geram novas dívidas, e acaba consumindo fantasias que, às vezes, materializa cometendo delitos. O direito ao desperdício, privilégio de poucos, afirma ser a liberdade de todos.


Dize-me quanto consomes e te direi quanto vales. Esta civilização não deixa as flores dormirem, nem as galinhas, nem as pessoas. Nas estufas, as flores estão expostas à luz contínua, para fazer com que cresçam mais rapidamente. Nas fábricas de ovos, a noite também está proibida para as galinhas. E as pessoas estão condenadas à insônia, pela ansiedade de comprar e pela angústia de pagar. Este modo de vida não é muito bom para as pessoas, mas é muito bom para a indústria farmacêutica. Os EUA consomem metade dos calmantes, ansiolíticos e demais drogas químicas que são vendidas legalmente no mundo; e mais da metade das drogas proibidas que são vendidas ilegalmente, o que não é uma coisinha à-toa quando se leva em conta que os EUA contam com apenas cinco por cento da população mundial.


"Gente infeliz, essa que vive se comparando", lamenta uma mulher no bairro de Buceo, em Montevidéu. A dor de já não ser, que outrora cantava o tango, deu lugar à vergonha de não ter. Um homem pobre é um pobre homem. "Quando não tens nada, pensas que não vales nada", diz um rapaz no bairro Villa Fiorito, em Buenos Aires. E outro confirma, na cidade dominicana de San Francisco de Macorís: "Meus irmãos trabalham para as marcas. Vivem comprando etiquetas, e vivem suando feito loucos para pagar as prestações".


Invisível violência do mercado: a diversidade é inimiga da rentabilidade, e a uniformidade é que manda. A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todas partes suas pautas obrigatórias de consumo. Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora do que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar.


O consumidor exemplar é o homem quieto. Esta civilização, que confunde quantidade com qualidade, confunde gordura com boa alimentação. Segundo a revista científica The Lancet, na última década a obesidade mórbida aumentou quase 30% entre a população jovem dos países mais desenvolvidos. Entre as crianças norte-americanas, a obesidade aumentou 40% nos últimos dezesseis anos, segundo pesquisa recente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Colorado. O país que inventou as comidas e bebidas light, os diet food e os alimentos fat free, tem a maior quantidade de gordos do mundo. O consumidor exemplar desce do carro só para trabalhar e para assistir televisão. Sentado na frente da telinha, passa quatro horas por dia devorando comida plástica.


Vence o lixo fantasiado de comida: essa indústria está conquistando os paladares do mundo e está demolindo as tradições da cozinha local. Os costumes do bom comer, que vêm de longe, contam, em alguns países, milhares de anos de refinamento e diversidade e constituem um patrimônio coletivo que, de algum modo, está nos fogões de todos e não apenas na mesa dos ricos. Essas tradições, esses sinais de identidade cultural, essas festas da vida, estão sendo esmagadas, de modo fulminante, pela imposição do saber químico e único: a globalização do hambúrguer, a ditadura do fast food. A plastificação da comida em escala mundial, obra do McDonald´s, do Burger King e de outras fábricas, viola com sucesso o direito à autodeterminação da cozinha: direito sagrado, porque na boca a alma tem uma das suas portas.


A Copa do Mundo de futebol de 1998 confirmou para nós, entre outras coisas, que o cartão MasterCard tonifica os músculos, que a Coca-Cola proporciona eterna juventude e que o cardápio do McDonald´s não pode faltar na barriga de um bom atleta. O imenso exército do McDonald´s dispara hambúrgueres nas bocas das crianças e dos adultos no planeta inteiro. O duplo arco dessa M serviu como estandarte, durante a recente conquista dos países do Leste Europeu.


As filas na frente do McDonald´s de Moscou, inaugurado em 1990 com bandas e fanfarras, simbolizaram a vitória do Ocidente com tanta eloqüência quanto a queda do Muro de Berlim. Um sinal dos tempos: essa empresa, que encarna as virtudes do mundo livre, nega aos seus empregados a liberdade de filiar-se a qualquer sindicato. O McDonald´s viola, assim, um direito legalmente consagrado nos muitos países onde opera. Em 1997, alguns trabalhadores, membros disso que a empresa chama de Macfamília, tentaram sindicalizar-se em um restaurante de Montreal, no Canadá: o restaurante fechou. Mas, em 98, outros empregados do McDonald´s, em uma pequena cidade próxima a Vancouver, conseguiram essa conquista, digna do Guinness.


As massas consumidoras recebem ordens em um idioma universal: a publicidade conseguiu aquilo que o esperanto quis e não pôde.


Qualquer um entende, em qualquer lugar, as mensagens que a televisão transmite. No último quarto de século, os gastos em propaganda dobraram no mundo todo. Graças a isso, as crianças pobres bebem cada vez mais Coca-Cola e cada vez menos leite e o tempo de lazer vai se tornando tempo de consumo obrigatório. Tempo livre, tempo prisioneiro: as casas muito pobres não têm cama, mas têm televisão, e a televisão está com a palavra. Comprado em prestações, esse animalzinho é uma prova da vocação democrática do progresso: não escuta ninguém, mas fala para todos.


Pobres e ricos conhecem, assim, as qualidades dos automóveis do último modelo, e pobres e ricos ficam sabendo das vantajosas taxas de juros que tal ou qual banco oferece. Os especialistas sabem transformar as mercadorias em mágicos conjuntos contra a solidão. As coisas possuem atributos humanos: acariciam, fazem companhia, compreendem, ajudam, o perfume te beija e o carro é o amigo que nunca falha. A cultura do consumo fez da solidão o mais lucrativo dos mercados.


Os buracos no peito são preenchidos enchendo-os de coisas, ou sonhando com fazer isso. E as coisas não só podem abraçar: elas também podem ser símbolos de ascensão social, salvo-condutos para atravessar as alfândegas da sociedade de classes, chaves que abrem as portas proibidas. Quanto mais exclusivas, melhor: as coisas escolhem você e salvam você do anonimato das multidões. A publicidade não informa sobre o produto que vende, ou faz isso muito raramente. Isso é o que menos importa. Sua função primordial consiste em compensar frustrações e alimentar fantasias. Comprando este creme de barbear, você quer se transformar em quem?


O criminologista Anthony Platt observou que os delitos das ruas não são fruto somente da extrema pobreza. Também são fruto da ética individualista. A obsessão social pelo sucesso, diz Platt, incide decisivamente sobre a apropriação ilegal das coisas. Eu sempre ouvi dizer que o dinheiro não trás felicidade; mas qualquer pobre que assista televisão tem motivos de sobra para acreditar que o dinheiro trás algo tão parecido que a diferença é assunto para especialistas.


Segundo o historiador Eric Hobsbawm, o século XX marcou o fim de sete mil anos de vida humana centrada na agricultura, desde que apareceram os primeiros cultivos, no final do paleolítico. A população mundial torna-se urbana, os camponeses tornam-se cidadãos. Na América Latina temos campos sem ninguém e enormes formigueiros urbanos: as maiores cidades do mundo, e as mais injustas. Expulsos pela agricultura moderna de exportação e pela erosão das suas terras, os camponeses invadem os subúrbios. Eles acreditam que Deus está em todas partes, mas por experiência própria sabem que atende nos grandes centros urbanos.


As cidades prometem trabalho, prosperidade, um futuro para os filhos. Nos campos, os esperadores olham a vida passar, e morrem bocejando; nas cidades, a vida acontece e chama. Amontoados em cortiços, a primeira coisa que os recém chegados descobrem é que o trabalho falta e os braços sobram, que nada é de graça e que os artigos de luxo mais caros são o ar e o silêncio.


Enquanto o século XIV nascia, o padre Giordano da Rivalto pronunciou, em Florença, um elogio das cidades. Disse que as cidades cresciam «porque as pessoas sentem gosto em juntar-se». Juntar-se, encontrar-se. Mas, quem encontra com quem? A esperança encontra-se com a realidade? O desejo, encontra-se com o mundo? E as pessoas, encontram-se com as pessoas?Se as relações humanas foram reduzidas a relações entre coisas, quanta gente encontra-se com as coisas?


O mundo inteiro tende a transformar-se em uma grande tela de televisão, na qual as coisas se olham mas não se tocam. As mercadorias em oferta invadem e privatizam os espaços públicos.


Os terminais de ônibus e as estações de trens, que até pouco tempo atrás eram espaços de encontro entre pessoas, estão se transformando, agora, em espaços de exibição comercial. O shopping center, o centro comercial, vitrine de todas as vitrines, impõe sua presença esmagadora. As multidões concorrem, em peregrinação, a esse templo maior das missas do consumo. A maioria dos devotos contempla, em êxtase, as coisas que seus bolsos não podem pagar, enquanto a minoria compradora é submetida ao bombardeio da oferta incessante e extenuante. A multidão, que sobe e desce pelas escadas mecânicas, viaja pelo mundo: os manequins vestem como em Milão ou Paris e as máquinas soam como em Chicago; e para ver e ouvir não é preciso pagar passagem. Os turistas vindos das cidades do interior, ou das cidades que ainda não mereceram estas benesses da felicidade moderna, posam para a foto, aos pés das marcas internacionais mais famosas, tal e como antes posavam aos pés da estátua do prócer na praça.


Beatriz Solano observou que os habitantes dos bairros suburbanos vão ao center, ao shopping center, como antes iam até o centro. O tradicional passeio do fim-de-semana até o centro da cidade tende a ser substituído pela excursão até esses centros urbanos. De banho tomado, arrumados e penteados, vestidos com suas melhores galas, os visitantes vêm para uma festa à qual não foram convidados, mas podem olhar tudo. Famílias inteiras empreendem a viagem na cápsula espacial que percorre o universo do consumo, onde a estética do mercado desenhou uma paisagem alucinante de modelos, marcas e etiquetas.


A cultura do consumo, cultura do efêmero, condena tudo à descartabilidade midiática. Tudo muda no ritmo vertiginoso da moda, colocada à serviço da necessidade de vender. As coisas envelhecem num piscar de olhos, para serem substituídas por outras coisas de vida fugaz. Hoje, quando o único que permanece é a insegurança, as mercadorias, fabricadas para não durar, são tão voláteis quanto o capital que as financia e o trabalho que as gera. O dinheiro voa na velocidade da luz: ontem estava lá, hoje está aqui, amanhã quem sabe onde, e todo trabalhador é um desempregado em potencial.


Paradoxalmente, os shoppings centers, reinos da fugacidade, oferecem a mais bem-sucedida ilusão de segurança. Eles resistem fora do tempo, sem idade e sem raiz, sem noite e sem dia e sem memória, e existem fora do espaço, além das turbulências da perigosa realidade do mundo.


Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efêmera, que se esgota assim como se esgotam, pouco depois de nascer, as imagens disparadas pela metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem pausa, no mercado. Mas, para qual outro mundo vamos nos mudar? Estamos todos obrigados a acreditar na historinha de que Deus vendeu o planeta para umas poucas empresas porque, estando de mau humor, decidiu privatizar o universo? A sociedade de consumo é uma armadilha para pegar bobos.


Aqueles que comandam o jogo fazem de conta que não sabem disso, mas qualquer um que tenha olhos na cara pode ver que a grande maioria das pessoas consome pouco, pouquinho e nada, necessariamente, para garantir a existência da pouca natureza que nos resta. A injustiça social não é um erro por corrigir, nem um defeito por superar: é uma necessidade essencial. Não existe natureza capaz de alimentar um shopping center do tamanho do planeta.


(*) Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio, autor de As veias abertas da América Latina e Memórias do Fogo.

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

pelo fim da publicidade e da comunicação mercadológica dirigida ao público infantil

A CRIANÇA É A ALMA DO NEGÓCIO???!!!!

CONTRA A ANISTIA AOS TORTURADORES!!!

Assine esse manifesto...











http://www.ajd.org.br/contraanistia_port.php

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Modernismo de Lévi-Strauss

Por Carlos Vogt

Peter Gay, em seu livro Modernism1, escreve, a propósito de Baudelaire, – o que os admiradores do poeta francês iriam repetir através dos anos –, que a sua voz era “a voz da poesia pura e simples. Não oferecia nenhum programa político, ético ou religioso; não tentava impressionar seus leitores com floreios retóricos; emergia dos sentimentos, não das ideias. Para Baudelaire a forma era um vaso que recebe a substância para moldá-la no feitio apropriado. Ele encontrava sempre, para emprestar uma frase de um de seus mais consistentes admiradores, T.S. Eliot, um “correlato objetivo” para o que quer que desejasse ─ ou talvez melhor, necessitasse ─ para expressar. Segue-se daí, com particular aplicação à Baudelaire (Eliot enfatizou bastante esse ponto), que a moralidade ou a imoralidade de um poema depende não do assunto de que trata mas do tratamento que lhe confere.”
No mesmo livro, no capítulo 1, denominado “Professional Outsiders”, aponta Baudelaire como o mais plausível candidato a ser considerado o pai fundador do Modernismo, ao lado de alguns outros poucos escolhidos, entre eles Marcel Duchamp, Virginia Woolf, Igor Stravinsky e Orson Welles. Destaca também que Baudelaire era, como os modernistas que vieram depois dele, um realista, mas um realista que detestava o entorpecimento da reprodução do mundo em poemas e pinturas e que tinha, ao mesmo tempo, ojeriza pela subjetividade exagerada, como acontecia com os românticos mais sofisticados. Daí sua resposta à sua própria pergunta sobre o que era para ele a arte pura, segundo uma concepção moderna: “É criar uma mágica sugestiva, contendo a um só tempo o objeto e o sujeito, o mundo exterior ao artista e o próprio artista.” (p. 33-34)
Faço esta abertura a um texto que deve falar de Lévi-Strauss, usando como referência o livro de Peter Gay e trazendo à baila Charles Baudelaire, porque penso encontrar aí, no livro e no poeta, algumas características da obra do pensador e estudioso francês, cuja antropologia, representaria, nas ciências humanas, a expressão maior e consagrada, no século XX, do que foi o Modernismo na arte e na literatura desde a segunda metade do século XIX e até o final da era industrial na história das ideias e do pensamento ocidental.
O estruturalismo de Lévi-Strauss estava comprometido com a busca de universais da cultura e, para isso, buscou constituir uma lógica do irracional, do inconsciente social expressa nos mitos e impressa na voz narrativa das coletividades cujas vozes contam o mundo e o homem que nele se apresenta, que o apresenta, que o representa e com ele é representado. Aqui o encontro da antropologia com a psicanálise é inevitável e a filiação das ideias de Lévi-Strauss às ideias de Freud, obrigatoriamente reconhecível.
Essa lógica, também essencialmente binária, por mais estranho que possa parecer à primeira vista, em nada difere, em complexidade e sofisticação, da lógica que opera com entidades abstratas e que, entre outras coisas, marcaria uma diferença fundamental entre a mentalidade pré-lógica do homem primitivo e a mentalidade lógica do homem moderno.
Nada disso! Para Lévi-Strauss, diferentemente do funcionalismo de Lévy-Bruhl ou do existencialismo de Sartre, a diferença entre o primitivo e o moderno não está propriamente no campo das formas de representação do homem no mundo e do mundo no homem, mas na forma de expressão dessas relações.
Assim como a lógica moderna usa categorias abstratas que, em oposição binária, permitem a formulação de ideias e conceitos, assim também a “lógica irracional” primitiva trabalha com essas oposições, mas num plano de expressão sensível que concretiza em objetos correlatos as abstrações que, de outra forma, se exprimem por símbolos lógicos e matemáticos.
Aqui mesmo na revista ComCiência http://www.comciencia.br, número 89, de julho de 2007, sobre Determinismos, tive oportunidade de escrever que o triângulo culinário

articulado sobre as oposições binárias transformado / natural e cultura / natureza, baseia-se no triângulo vocálico e das consoantes de Jakobson e Halle e todos constituem-se, eles próprios, em objetos correlatos, “bons para pensar”, de categorias abstratas que se opõem, na lógica do cálculo proposicional, tal como as apresenta Robert Blanché no livro Les structures intelectuelles2.
Como diz Edmund Leach, a propósito dessa forma peculiar do entendimento de Lévi-Strauss a respeito da lógica dos mitos, nas suas Mitológicas:
“O pensamento primitivo difere tanto do pensamento científico quanto o uso de um ábaco difere da aritmética mental, mas o fato de que, em nossa época atual, caminhamos cada vez mais para depender de coisas exteriores a nós próprios ─ como os computadores ─ para nos ajudarem a resolver problemas de comunicação e de cálculo, faz com que este seja um momento adequado para examinar o modo como o povo primitivo está apto, do mesmo modo, a tornar compreensíveis os eventos de sua vida cotidiana, por referência a códigos compostos de coisas exteriores a eles próprios ─ como os atributos de espécies animais.”3
A busca do estabelecimento desses códigos, feitos de exterioridades sensíveis, constitui como que uma poética da razão humana, um poema feito de mitos, uma partitura de silêncios e ruídos, uma síntese multiplicada de objetos correlatos em que se fundem natureza e cultura, os objetos naturais e os cérebros humanos que os captam e os apreendem em produtos culturais, eles mesmos tão universais quanto as estruturas intelectuais de suas representações para o homem e do homem para as coisas que se lhe apresentam representadas em imagens e conceitos.
Como escreve Lévi-Strauss, citado por Leach4:
“A antropologia propicia-me uma satisfação intelectual: ela une, num extremo, a história do mundo e, no outro extremo, a minha própria história, e desvenda a motivação compartilhada de um e do outro, no mesmo momento.”
Nisso a modernidade de Lévi-Strauss é modernista como o é também o realismo romântico de Baudelaire e ambos, nas duas pontas de manifestações de pensamento diferenciadas, pertencem ao mesmo paradigma poético e intelectual que marca uma trajetória encerrada no final dos anos 1980, quando, terminando também o século XX, o global substitui o universal.

O número 108, da ComCiência, que foi ao ar em 10/05/09, é uma homenagem aos 100 anos dessa personalidade que marcou o século XX por seu trabalho, sua criatividade, seu pensamento fundador e revolucionário, por sua arte ensaística, por seus ensaios de antropologia e poesia.

Lévi-Strauss morreu em 30 de outubro de 2009, pouco menos de um mês antes de completar 101 anos. Perda marcante, como é marcante sua presença na construção militante da dignidade humana pela inteligência, pela emoção, pelo conhecimento.
Reeditamos, para dezembro e janeiro, o número 108 da ComCiência, ampliando-o e ecoando, na altura de nosso alcance, a voz do autor que, como nos mitos ─ objetos de suas incansáveis pesquisas ─, nos conta a saga de nosso trajeto entre natureza e cultura e as lutas que conosco e entre nós travamos para transformá-lo, de destino, em destinação.
Notas
1 Gay, P. Modernism. Nova Iorque/Londres: W.W. Norton & Company Inc.; 2008. p. 40.
2 Blanché, R. Les structures intellectuelles. Paris : Librarie Philosophique J. Urin; 1969.
3 Leach, E. As ideias de Lévi-Strauss. São Paulo: Cultrix; 1977. p.80.
4 Leach, E., Op.cit., p. 28

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

...no mínimo demonstrar indignação!!!!!!!!




A Pedofilia do Hamas


Um evento de gala ocorreu em Gaza. O Hamas foi o patrocinador de um casamento em massa para 450 casais. A maioria dos noivos estava na casa dos 25 aos 30 anos; a maioria das noivas tinham menos de dez anos.



Enquanto a imprensa exalta os "lutadores da liberdade do Hamas", o mundo desconhece uma das histórias mais nojentas de abuso infantil, torturas e sodomização do mundo vinda do fundo dos esgotos de Gaza: os casamentos pedófilos do Hamas que envolvem até crianças de 4 anos. Tudo com a devida autorização da lei do islamismo radical.



A denúncia é do Phd Paul L. Williams e está publicada no blog thelastcrusade.org e é traduzida com exclusividade no Brasil pelo De Olho Na Mídia (ninguém mais na imprensa nacional pareceu se interessar pelo assunto).



Grandes dignatários muçulmanos, incluindo Mahmud Zahar, um líder do Hamas foram pessoalmente cumprimentar os casais que fizeram parte desta cerimônia tão cuidadosamente planejada.



"Nós estamos felizes em dizer a América que vocês não podem nos negar alegria e felicidade", Zahar falou aos noivos, todos eles vestidos em ternos pretos idênticos e pertencentes ao vizinho campo de refugiados de Jabalia.


Cada noivo recebeu 500 dólares de presente do Hamas


As garotas na pré-puberdade, que estavam vestidas de branco e adornadas com maquiagem excessiva, receberam bouquets de noiva.



"Nós estamos oferecendo este casamento como um presente para o nosso povo que segue firme diante do cerco e da guerra", discursou o homem forte do Hamas no local, Ibrahim Salaf.


As fotos do casamento relatam o resto desta história sórdida.

A barbárie e o terror contra a infância

... é preciso ações muito bem articuladas no planeta no processo de superação da sociedade capitalista que tem como uma de suas consequências, o isolamento de determinadas culturas e suas práticas desumanizadoras!


Antes que o sertão vire deserto




Convocados pela Academia Brasileira de Ciências, cerca de 60 especialistas de alguns dos principais centros de pesquisa chegaram a uma estimativa do custo econômico que o aquecimento global acarretará ao País. A conta é salgada: cerca de 3,6 trilhões de reais ao longo das próximas quatro décadas, ou 600 milhões a mais do que os bens e serviços que a economia nacional produzirá em 2009.

Intitulado “Economia da Mudança do Clima no Brasil: custos e oportunidades”, o estudo foi inspirado em uma pesquisa encomendada pelo governo britânico e coordenada por Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial. Divulgado em 2006, o chamado Relatório Stern, como ficou conhecido o estudo, tornou-se uma referência internacional ao enfrentar a espinhosa tarefa de estimar o impacto econômico mundial das alterações climáticas.

Na revisão do relatório, em 2008, Stern avaliou o custo da inação em 30% do PIB mundial também em 40 anos – 10 pontos porcentuais acima da estimativa anterior. Em contrapartida, precisaria ser investido de 1% a 2% do PIB global para reduzir as emissões de CO2 no planeta e evitar a rota catastrófica.

Assim como Stern, os pesquisadores brasileiros tiveram apoio do governo inglês. Concentraram-se, contudo, no cálculo do custo da inação, não em quanto o País teria de investir para reverter o aquecimento, diante da constatação de que a postura isolada de uma nação na conversão de sua base produtiva com baixa emissão de CO2, embora desejável, será insuficiente para evitar o desastre. Optaram então por esmiuçar os custos e oportunidades que se apresentam em pontos críticos como a agricultura, especialmente a produção de subsistência no Nordeste e Centro-Oeste, a geração de hidroeletricidade, a pecuária e a região costeira, que ficará mais exposta diante do esperado aumento do nível dos oceanos.

http://www.cartacapital.com.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Entenda um dos motivadores deste blog

Teatro do Oprimido para agentes comunitários, na FIOCRUZ

No dia 26 de novembro às 15h, o Centro de Teatro do Oprimido realiza a primeira das duas apresentações de cenas de Teatro-Fórum na FIOCRUZ. Neste dia será apresentada a peça “Ser feliz e bailar…”, do grupo do professor Manoel que é composto por 10 adolescentes entre 12 e 18 anos, todos estudantes da Escola Municipal Anita Garibaldi, na Ilha do Governador. A cena conta a história real de uma moça que quer ser bailarina do Teatro Municipal. Os pais e vizinhos riem dela, porque além de querer ser bailarina ela quer fazer faculdade. Mas o pai quer que a filha seja doméstica como a mãe. E a mãe, com medo do marido, incentiva que a filha deixe de estudar para começar a fazer faxina e colocar algum dinheiro extra em casa.

No dia 03 de dezembro às 15h, será a vez dos participantes da oficina de Teatro do Oprimido, que desde setembro é ministrada por Claudete Félix, curinga do Centro de Teatro do Oprimido, com a assistência de Leandro Loppes. “Eles são alunos do curso de agentes comunitários oferecido pela FIOCRUZ, para moradores das comunidades ao redor que desejam trabalhar em projetos de saúde. Todos recebem aulas de historia, política, saúde e agora das técnicas do Teatro do Oprimido”, afirma Claudete Félix.

Sobre o convite para levar o Teatro do Oprimido aos agentes em formação, Helen Sarapeck, coordenadora do Centro de Teatro do Oprimido diz que “foi feito por profissionais que trabalham na formação de agentes comunitários. Os agentes tem de realizar um curso com duração de 18 meses, que envolve disciplinas ligadas a saúde, história, política e outras de formação de cidadania. Em 2008 incluíram teatro convencional e pelo que entendi, foi legal. Em 2009, por indicação de Tony e Wellington, dois amigos que trabalharam conosco em grupos distintos de Teatro do Oprimido e que hoje desenvolvem projetos na FIOCRUZ, convidaram o Centro de Teatro do Oprimido para realizar oficinas. As oficinas de Teatro do Oprimido acontecem todas as quintas-feiras de 14 às 17h. Claudete Félix é a curinga responsável com a assistência de Leandro Loppes. A proposta da oficina é usar o Teatro do Oprimido para que os agentes comunitários em formação tenham maior consciência de seus corpos e de seu trabalho social. Chegar a cenas no final do ano para apresentação interna e quem sabe, externa, também está nos planos.”

A FIOCRUZ fica na Avenida Leopoldo Bulhões, em Bonsucesso. As apresentações são abertas ao público, com ingressos gratuitos.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Resultado de trabalho: Cultura Indígena e seus jogos

 




Apresentar os Jogos dos Povos Indígenas brasileiros como parte de um contexto sociocultural no Século XXI é um desafio complexo. Ao mesmo tempo, é uma honra apresentar estes Jogos como um desdobramento do art. 217 da Constituição Federal de 1988, segundo o qual o esporte, em suas diferentes manifestações, é direito de todo cidadão e cidadã brasileiros. Direito que gera dever do Estado em fomentar práticas esportivas formais e não-formais, com estruturas relacionadas às especificidades de seus aspectos culturais. Nesse sentido, o Ministério do Esporte, por meio da Secretaria Nacional de Desenvolvimento de Esporte e de Lazer (SNDEL), vem se empenhando, nos últimos anos, em construir e implementar uma política pública diferenciada de esporte e lazer, não PARA os indígenas, mas COM os mesmos.

O resgate, a valorização e a difusão da cultura indígena são elementos necessários à preservação dos conhecimentos e das manifestações culturais advindas das mais de 220 etnias que vivem nas diferentes regiões do nosso País. São valores, ritos cotidianos que se apresentam no universo cultural das sociedades indígenas e que se manifestam em suas danças, cantos, pinturas corporais e em seus jogos esportivos que valorizam o lúdico, o brincar e a expressão de sentimentos como a alegria, essenciais para a qualidade de vida do ser humano e sua convivência social. No Encontro propiciado pelos Jogos em novembro do ano de 2007 em Pernambuco, as semelhanças e identidades das diversas etnias chamaram nossa atenção: sua forma de ver e entender o mundo e a natureza (muita vezes tão diferente da maneira de ver dos não-índios), a simplicidade do dia-a-dia, a beleza e o colorido das pinturas, adereços e artesanato, a convivência com os "parentes" que moram longe...[...]

Organização:

Leila Mirtes Santos de Magalhães Pinto e Beleni Saléte Grando

http://www.unemat.br/pesquisa/coeduc/downloads/livros/brincar_jogar_viver.pdf

Beco das artes

http://becodasartesvendas.blogspot.com/2009/11/raridades-gravuras-de-roos-oliveira.html

Exposições MUBE - SÃO PAULO - BRASIL

Museu Brasileiro da Escultura – MuBE


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Divertido, muito divertido....!!!!!

Construyendo alternativas al capitalismo






Aquí y Ahora

Construyendo alternativas al capitalismo

Córdoba, del 20 al 22 de Noviembre 2009

ROGAMOS MÁXIMA DIFUSIÓN

A todos los colectivos y organizaciones sociales y sindicales de Andalucía

A la sociedad andaluza en su conjunto


Queridos-as compañeros-as:


Desde hace varios meses decenas de organizaciones sociales y sindicales y colectivos de Andalucía estamos trabajando para construir un espacio de confluencia que nos permita conocernos mejor, intercambiar experiencias y saberes y avanzar hacia una mejor coordinación de nuestras luchas en el actual contexto de la crisis. 
 

No hace falta que explicitemos a estas alturas las terribles consecuencias que la actual crisis económica está teniendo sobre las condiciones de vida y trabajo de los-as trabajadores-as y ciudadanos-as de Andalucía. Si bien hoy la crisis está en boca de la clase política y los medios de comunicación, el conjunto de trabajadores-as, ciudadanos-as y movimientos sociales la conocemos desde hace tiempo en forma de precariedad, recorte de derechos, desastres medioambientales, especulación urbanística, explotación y criminalización de los inmigrantes, falta de equipamientos públicos, etc. 
 

Sabemos también que en medio de la crisis de legitimidad que atraviesan las instituciones, los partidos políticos y los grandes sindicatos existen centenares de colectivos, asociaciones, iniciativas ciudadanas, sindicatos alternativos y movimientos sociales y culturales que no se resignan e impulsan de forma constante procesos de resistencia y creación de alternativas concretas frente a la barbarie capitalista.


Sin embargo, hoy resulta pertinente reconocer las dificultades que tenemos los movimientos sociales y sindicatos alternativos para poner en marcha formas de coordinación y espacios de encuentro donde al menos discutir de forma colectiva análisis, propuestas e iniciativas que estén a la altura de la difícil situación que estamos viviendo. Lamentablemente nos sigue costando mucho aparcar las posibles diferencias y construir con generosidad acuerdos mínimos y líneas de colaboración y trabajo conjunto.


No se trata de crear ningún tipo de estructura ni nueva organización sino simplemente propiciar un espacio de encuentro entre iguales, un momento para la reflexión y la búsqueda de afinidades con la intención de ir articulando, desde la participación directa, la horizontalidad y el respeto a las diferencias, una respuesta lo más coordinada posible ante la actual situación. De modo que hacemos un llamamiento a la humildad, la generosidad y la voluntad de encontrar lo común entre las distintas experiencias.


De forma participativa y tras generosas discusiones hemos confeccionado un programa para el encuentro que combine el trabajo temático con los espacios de discusión conjunta, los espacios formales con momentos de distensión y relación informal, los debates y asambleas con las salidas a la calle.

Creemos en definitiva que el Encuentro será una buena oportunidad para seguir construyendo juntos-as, aquí y ahora, alternativas al capitalismo.


Por todo ello les pedimos:


1. Que discutan en el seno de sus organizaciones y colectivos esta propuesta y llamamiento y se animen a venir el máximo número de personas a Córdoba.


2. Que nos ayuden a darle el máximo de difusión a este encuentro a través de las listas de correo, espacios web y los medios que consideren oportunos.


3. Que rellenen la FICHA DE MOVIMIENTOS SOCIALES que adjuntamos con la intención de conocernos mejor y facilitar la coordinación y el trabajo conjunto. Una vez rellenada les pedimos que la envíen a: inscripción-mmss-andalucia@enred-a.org


4. Que, en caso de venir, envíen un mail con el número de personas para organizar mejor temas de alojamiento , comidas y cuestiones logísticas. El mail para informar sobre el alojamiento es: alojamiento-mmss-andalucia@enred-a.org . Para las inscripciones (gratuitas): inscripcion-mmss-andalucia@enred-a.org


5. Que traigan materiales informativos y de difusión sobre el trabajo de vuestro colectivo u 
organización para darlo a conocer.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Futebol e Chibatadas

Porque ainda hoje, século XXI, pessoas pelo mundo afora levam chibatadas e pedradas para pagarem pelos seus erros. Vocês devem estar se perguntando: O que isso tem haver com o futebol? Quer saber mais? De uma chegada em nosso Blog Historia(s) do Sport: http://historiadoesporte.wordpress.com

O blog, mantido por uma equipe do "Sport": Laboratório de História do Esporte e do Lazer (www.sport.ifcs.ufrj.br), é uma iniciativa acadêmica, mas os posts são escritos em linguagem leve e acessível. Sem a pretensão de informar com profundidade, pretende antes captar a curiosidade do leitor, demonstrando que essa manifestação cultural com a qual nos deliciamos cotidianamente está profundamente articulada com o cenário sociocultural de um tempo.

Visite: Futebol - Centro Esportivo Virtual
http://cev.org.br/comunidade/futebol/

... opostos pelo vértice...




sábado, 31 de outubro de 2009

Estratégia contra sedentarismo....hehehe!!!

Vale a pena conferir essas imagens... uma bela provocação não entendida de verdade pela população...


http://www.youtube.com/watch?v=ivg56TX9kWI

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Campanha: Dia do Bem - Portanto, quando o bem bater a sua porta, abra.

Solidariedade, diversão e união. Essas são palavras que caracterizam as ações realização no domingo passado (25) na comunidade do Cucurunã e que deram início a Campanha do Dia do Bem 2009. Esse é o terceiro ano que a comunidade é atendida pela campanha realizada através da parceria das associações Beneficente Água Vida e Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico e que esse ano conta também com o apoio da Associação de Moradores do Aeroporto Velho, além do apoio da própria comunidade do Cucurunã.  














quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Para quem gosta de música...

Os Jornais e os Operários

Os Jornais e os Operários

Antonio Gramsci - 1916


Primeira Edição:
Origem da presente Transcrição:
Tradução:
Transcrição de: Alexandre Linares para o Marxists Internet Archive.
HTML de: Fernando A. S. Araújo para o Marxists Internet Archive, Junho 2005.
Direitos de Reprodução: Marxists Internet Archive (marxists.org), 2005.
A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License


É a época da publicidade para as assinaturas. Os diretores e os administradores dos jornais burgueses arrumam as suas vitrines, passam uma mão de tinta pela tabuleta e chamam a atenção do passante (isto é, do leitor) para a sua mercadoria. A mercadoria é aquela folha de quatro ou seis páginas que todas as manhãs ou todas as tardes vai injetar no espírito do leitor os modos de sentir e de julgar os fatos da atualidade política que mais convém aos produtores e vendedores de papel impresso. Estamos dispostos a discorrer, com os operários especialmente, sobre a importância e a gravidade daquele ato aparentemente tão inocente que consiste em escolher o jornal que se pretende assinar?

É uma escolha cheia de insídias e de perigos que deveria ser feita com consciência, com critério e depois de amadurecida reflexão. Antes de mais, o operário deve negar decididamente qualquer solidariedade com o jornal burguês. Deveria recorda-se sempre, sempre, sempre, que o jornal burguês (qualquer que seja sua cor) é um instrumento de luta movido por idéias e interesses que estão em contraste com os seus. Tudo o que se publica é constantemente influenciado por uma idéia: servir a classe dominante, o que se traduz sem dúvida num fato: combater a classe trabalhadora. E, de fato, da primeira à última linha, o jornal burguês sente e revela esta preocupação. Mas o pior reside nisto: em vez de pedir dinheiro à classe burguesa para o subvencionar a obra de defesa exposta em seu favor, o jornal burguês consegue fazer-se pagar pela própria classe trabalhadora que ele combate sempre. E a classe trabalhadora paga, pontualmente, generosamente. Centenas de milhares de operários contribuem regularmente todos os dias com seu dinheiro para o jornal burguês, aumentando a sua potência. Porquê? Se perguntarem ao primeiro operário que encontrarem no elétrico ou na rua, com a folha burguesa desdobrada à sua frente, ouvirão esta resposta: É porque tenho necessidade de saber o que há de novo. E não lhe passa sequer pela cabeça que as notícias e os ingredientes com as quais são cozinhadas podem ser expostos com uma arte que dirija o seu pensamento e influa no seu espírito em determinado sentido. E, no entanto, ele sabe que tal jornal é conservador, que outro é interesseiro, que o terceiro, o quarto e quinto estão ligados a grupos políticos que têm interesses diametralmente opostos aos seus. Todos os dias, pois, sucede a este mesmo operário a possibilidade de poder constatar pessoalmente que os jornais burgueses apresentam os fatos, mesmo os mais simples, de modo a favorecer a classe burguesa e a política burguesa com prejuízo da política e da classe operária. Rebenta uma greve? Para o jornal burguês os operários nunca têm razão. Há manifestação? Os manifestantes, apenas porque são operários, são sempre tumultuosos, facciosos, malfeitores.

O governo aprova uma lei? É sempre boa, útil e justa, mesmo se não é verdade. Desenvolve-se uma campanha eleitoral, política ou administrativa? Os candidatos e os programas melhores são sempre os dos partidos burgueses. E não falemos daqueles casos em que o jornal burguês ou cala, ou deturpa, ou falsifica para enganar, iludir e manter na ignorância o público trabalhador. Apesar disto, a aquiescência culposa do operário em relação ao jornal burguês é sem limites. É preciso reagir contra ela e despertar o operário para a exata avaliação da realidade. É preciso dizer e repetir que a moeda atirada distraidamente para a mão do ardina é um projétil oferecido ao jornal burguês que o lançará depois, no momento oportuno, contra a massa operária.

Se os operários se persuadirem desta elementaríssima verdade, aprenderiam a boicotar a imprensa burguesa, em bloco e com a mesma disciplina com que a burguesia boicota os jornais dos operários, isto é, a imprensa socialista.

Não contribuam com o dinheiro para a imprensa burguesa que vos é adversária: eis qual deve ser o nosso grito de guerra neste momento, caracterizado pela campanha de assinaturas, feitas por todos os jornais burgueses. Boicotem, boicotem, boicotem!

GRAMSCI E os trabalhadores da grande mídia comercial?






GRAMSCI
E os trabalhadores da grande mídia comercial?

Heitor Reis (*)


"É uma escolha cheia de insídias e de perigos que deveria ser feita com consciência, com critério e depois de amadurecida reflexão. Antes de mais, o operário deve negar decididamente qualquer solidariedade com o jornal burguês. Deveria recorda-se sempre, sempre, sempre, que o jornal burguês (qualquer que seja sua cor) é um instrumento de luta movido por idéias e interesses que estão em contraste com os seus. Tudo o que se publica é constantemente influenciado por uma idéia: servir à classe dominante, o que se traduz sem dúvida num fato: combater a classe trabalhadora." (Gramsci, na íntegra, ao final)


Por que não devemos nos perguntar sobre os operários da grande mídia comercial?

Por que não avançar além de Antonio Gramsci?

Não são os jornalistas (diplomados ou não) soldados mercenários de nossos inimigos de classe?

Então, onde se encontra a ética e a qualidade da informação oriunda do diploma universitário, defendida ardentemente pela Fenaj - Federação Nacional de Jornalistas como a panacéia para este problema, que sempre existiu, mesmo na vigência ditatorial, por décadas, de sua obrigatoriedade?

Não têm eles suas mentes, sangue, suor e lágrimas vendidas para o Grande Satã que oprime a classe trabalhadora em geral? Quando não seu espírito, para quem é de espírito...

Ou eles seriam apenas pobres e infelizes trabalhadores, que, como todos os demais, estão escravizados nas mãos do grande capital, sendo lhes perdoado o fato de faturar em cima da manipulação da informação para enganar os demais? (Ver Perseu Abramo, Altamiro Borges e outros)

Alguma vez a Fenaj já denunciou, nestes termos, o fato de seus profissionais serem vítimas da pressão do patrão e serem obrigados a enganar o público cotidianamente, nas grandes empresas de comunicação? Ou Perseu Abramo estava mentindo? Caso positivo, não deixe de me informar... Dedicarei o melhor de minhas energias para divulgá-lo.

Reflita sobre isto...

Permita-me repetir:

"É uma escolha cheia de insídias e de perigos que deveria ser feita com consciência, com critério e depois de amadurecida reflexão."

Mais detalhes em:
A sociedade quer informação com ética e qualidade? http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=529DAC001
Diploma impede o empresário de dominar sobre a consciência do jornalista: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=504DAC007
Liberdade de imprensa para quem?: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=491FDS008





(*) Heitor Reis é um subversivo, indivíduo perigoso do ponto de vista dos milicos, de Gilmar Mendes e de qualquer um que esteja satisfeito com o atual sistema político, econômico e social. Engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e em defesa dos Direitos Humanos, membro do Conselho Consultor da CMQV - Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida (www.cmqv.org) e articulista. Artigos no Observatório da Imprensa: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/lista_autor.asp?cod=532JDB002&a_ano=2009&a_mes=10
Nenhum direito autoral reservado: Esquerdos autorais ("Copyleft"). Contatos: (31) 9208 2261- heitorreis@gmail.com

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O teatro do Oprimido



1971, Boal é exilado e percorre América Latina até chegar à Europa e se instalar na França e fundar o CTO-Paris. Especialmente convidado pelo então Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro Darcy Ribeiro, Augusto Boal retorna em 1986 à sua cidade natal como quem chegou para ficar.

A proposta de Darcy Ribeiro era implantar a Fábrica de Teatro Popular, um projeto de Boal apoiado pelo governo do estado. 35 animadores culturais formaram a primeira turma e foram capacitados por Boal com apoio de Cecília Thumin e Rosa Luiza Marques. A partir deste grupo, fundou-se o Centro de Teatro do Oprimido com a direção artística de Boal com objetivo de conhecer, aprofundar, pesquisar e difundir o Teatro do Oprimido no Brasil. As primeiras parcerias foram sindicatos dos bancários e dos professores, prefeituras de Ipatinga e Belo Horizonte e cada vez mais novos parceiros iam possibilitando o fortalecimento deste movimento.

Em 1992, Boal se candidata a vereador da cidade do Rio de Janeiro com intuito de ampliar as possibilidades desta metodologia do Teatro do Oprimido aliada ao alcance das comunidades cariocas para instalar uma nova pesquisa em um novo projeto: o Teatro Legislativo.

De 1993 a 1996, foram 60 grupos criados ou mobilizados que formaram cenas a partir de suas realidades e apresentaram espetáculos de Teatro-Fórum em todos os cantos e encantos da cidade maravilhosa – do Arpoador à Rocinha, do Centro à zona oeste, de Madureira até Pavuna. Neste período, gerados pela discussão aquecida pelo Teatro do Oprimido com os grupos tramitam e são produzidas 13 propostas de lei.

No final de 1996, o Centro de Teatro do Oprimido torna-se uma organização não-governamental e – agora como pessoa jurídica – tem espaços para projetos às fundações internacionais e nacionais, prefeituras e governos. Diversos grupos são criados e mantidos por anos quando a pesquisa sobre as possibilidades do Teatro do Oprimido são aprofundadas e novas leis são criadas.

Em 2004, com apoio do governo federal há mais implementos para Teatro do Oprimido nos Ministérios das áreas de Saúde Mental, Educação e Cultura. Os Centros de Atenção Psicosociais no Rio, São Paulo e Sergipe, escolas públicas na Baixada Fluminense e os pontos de cultura em todo o Brasil foram alcançados e estes temas foram abordados com músicas e peças teatrais para debater com públicos que jamais teriam acesso a estas questões não fosse o Teatro do Oprimido.

Em 2009, o avanço – o salto qualitativo, como dizia Boal – se dá através da Estética do Oprimido onde palavra, som e imagem são descobertas através do poder libertador que a Arte dá a cada um destes pontos. A pesquisa e a multiplicação continuam, a Conferência Internacional do Teatro do Oprimido (julho de 2009), comprova cada vez mais que este é o método teatral mais utilizado em todos os cinco continentes. Ao longo de 23 anos de história, o Centro de Teatro do Oprimido tornou-se a única instituição com o aval e a direção artística direta de Augusto Boal para o desenvolvimento e difusão desta metodologia: laboratórios e seminários, oficinas abertas, intercâmbios nacionais e internacionais e eventos possibilitam que o Centro de Teatro do Oprimido continue em fase de construção, pesquisa e multiplicação no Brasil e no exterior.

Bárbara Santos, Claudete Felix, Cláudia Simone, Flávio Sanctum, Geo Britto, Helen Sarapeck, Olivar Bendelak e mais Alessandro Conceição e Monique Rodrigues compõem esta equipe que abre espaço para novos projetos e novas pesquisas no Centro de Teatro do Oprimido, Avenida Mem de Sá 31, Lapa, Rio de Janeiro, Brasil.

Qual mundo deixaremos de herança?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009






Professor (de EF) Nota Dez. Fundação Victor Civita

Vamos conhecer os professores nota 10 de Educação Física.

Ademir Testa Junior
Educação Física Bocaina, SP

Por Bianca Bibiano(bianca.bibiano@abril.com.br)

Acreditar no potencial dos alunos foi um dos aspectos que ajudou o professor Ademir Testa Junior a planejar aulas para as turmas do Ensino Fundamental II na EE Capitão Henrique Montenegro, única escola estadual da cidade de Bocaina, a 248 quilômetros de São Paulo. Ali, um problema – nada raro, por sinal – perdurava há anos: as aulas de Educação Física se resumiam à prática de futebol ou vôlei, e muitos alunos preferiam ficar de canto.
Assista ao vídeo
Disposto a mudar essa realidade, Ademir propôs situações para que os estudantes se vissem como protagonistas, adquirissem novos conhecimentos e se sentissem motivados a participar das atividades. Esse foi o eixo do projeto Movimento, Saúde e Qualidade de Vida (conheça os dez encaminhamentos didáticos que fazem todo projeto dar certo).clique aqui
Ao saber das ideias de Ademir, a turma se surpreendeu. Pela primeira vez, aulas aconteceriam na sala, espaço ideal para debates sobre conteúdos do projeto como alimentação saudável, alongamento e uso de anabolizantes. Divididos em grupos, os alunos aprenderam a pesquisar sobre Educação Física na internet e na biblioteca da escola. “Nesse momento eu auxiliei bastante, porque percebi que era a primeira vez que eles pesquisavam para essa disciplina. Foi preciso buscar fontes seguras e recorrer aos livros de Biologia para entender certos temas”, conta Ademir.
O resultado foi excelente. Os grupos apresentaram seminários – ilustrados por arquivos de Power Point – para aprofundar temas específicos como a relação dos exercícios físicos com a qualidade de vida. “A cada momento surgia uma dúvida nova, que direcionava outras investigações. Eles perceberam que o resultado foi muito bom e não pararam por aí”, comenta Ademir. Enquanto os grupos pesquisavam, ele planejava as aulas práticas. “Era o momento para vivenciar o que tinham estudado, porque cada aula tinha relação com um conteúdo de um seminário. O importante era que eles entendessem o objetivo da aula, sem pensar que Educação Física é aula livre”.
No final do projeto, o conhecimento adquirido foi oferecido à comunidade em um espaço montado numa praça perto da escola. Ali, era possível tirar medidas, pesar-se, calcular o índice de massa corpórea e definir as condições de alongamento. “Foi ótimo! Eles puderam dar dicas sobre o que tinham aprendido. Depois, tive que dedicar algumas aulas para conversar sobre essa ação, pois todos tinham uma história para contar”.
Passado um ano de projeto, alguns alunos montaram um grupo de pesquisa, que se reúne no contraturno e se dedica a aprofundar os conhecimentos em Educação Física. “Eles apresentaram trabalhos até para universitários”, orgulha-se Ademir.
Com 25 anos de idade, Ademir faz parte dos 53% de inscritos no Prêmio com formação em pós-graduação. O projeto vencedor também é tema de sua tese de mestrado, realizada na Universidad El Salvador, de Buenos Aires, Argentina.
Visite: Educação Física e Esporte -
Centro Esportivo Virtual

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Esse gesto traz algum sentido ou significado para você?







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