As Marias e os Curingas do CTO, Claudete e Olivar com os barbudos Paulo Ricardo e Fernando Souza de O Dia.
A realidade das trabalhadoras domésticas está moda. Alardeia-se muito sobre a escassez de domésticas no mercado, direitos trabalhista da categoria estão, finalmente, se ampliando (mas ainda há muito por fazer) e até na novela foi parar.
Modismos a parte, o Grupo Popular de Teatro do Oprimido Marias do Brasil está a 14 anos na luta pelo fim das injustiças que sofrem as trabalhadoras domésticas. Formado atualmente por 8 atrizes, todas trabalhadoras domésticas, o grupo já construiu duas peças de Teatro-Fórum, ambas baseadas em suas histórias de vida.
À procura de conhecer melhor a realidade de uma trabalhadora doméstica, no último dia 23 de abril, o jornalista especializado em televisão Paulo Ricardo Moreira e o fotojornalista Fernando Souza, ambos do jornal O Dia do Rio de Janeiro, estiveram na sede do CTO para entrevista exclusiva com o grupo.
O bate-papo durou cerca de três horas e gerou opiniões sobre a novela Cheias de Charme, no ar pela TV Globo e reivindicações políticas que o grupo busca desde sua criação. A maior parte das Mariasrevelou não ter tempo de assistir a novela devido ao trabalho, e para as que acompanham a trama, muita coisa ainda está distante da realidade. Porém reconhecem que a novela pode ajudar a levantar a discussão sobre os direitos das trabalhadoras domésticas na mídia televisiva. As Marias falaram ainda da admiração pelo criador do Teatro do Oprimido, Augusto Boal, e desabafaram sobre a falta de apoio em que o grupo e encontra. “Se tivéssemos um financiamento, poderíamos levar o Teatro do Oprimido até para fora do Brasil”, contou Maria José Góis, uma das atrizes do Grupo.
A reportagem foi veiculada na edição de 30 de abril, no Caderno D (editoria responsável por arte, cultura e lazer), do jornal O Dia. A íntegra da matéria pode ser conferida no link:http://odia.ig.com.br/portal/diversaoetv/grupo-teatral-de-domésticas-mostra-dramas-da-categoria-1.435558 .
Texto e foto: Alessandro Conceição
Edição: Helen Sarapeck